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"Se a única ferramenta que temos é um martelo, todo problema será reduzido a prego"

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

PARA VÁRIOS NÍVEIS - INDÍGENA/ DOCUMENTO HISTÓRICO

Retirado do livro "Paz, como se faz? - semeando a cultura de paz nas escolas , editora Pallas Atenas - Lia Diskin e Laura Gorresion Roizmann

Texto extraído de publicação do Museu de Porto Seguro,
Ministério da Cultura — Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico
Nacional, Porto Seguro, 2000.


Jean de Léry incluiu, em seus relatos de uma viagem
realizada em 1557, um diálogo travado com um velho tupinambá,
a respeito do grande interesse demonstrado pelos franceses na
retirada do pau-brasil, revelando o choque de visões entre o nativo
e o europeu: “Por que vindes vós outros, mairs (franceses) e perós
(portugueses) buscar lenha de tão longe para vos aquecer? Não
tendes madeira em vossa terra?” Jean de Léry respondeu que os
franceses não as queimavam mas dela extraíam tinta. Ao que o
índio retrucou: “E por ventura precisais de muito?“ Tendo Léry
respondido afirmativamente, pois que existiam na Europa grandes
comerciantes que acumulavam aquela madeira, o velho tupinambá
estranhou aquele desejo pela acumulação: “Mas esse homem tão
rico, de que me falas, não morre?”
Na seqüência do diálogo, Jean de Léry explicou que, com a
morte, os bens passavam para os filhos, irmãos ou parentes mais
próximos. O índio, não satisfeito com a resposta, acrescentou:
“Não será a terra que vos nutriu suficiente para alimentá-los
também? Temos pais, mães e filhos a quem amamos; mas estamos
certos de que depois da nossa morte a terra que nos nutriu
também os nutrirá, por isso descansamos sem maiores cuidados.”

Reflexões propostas
• Por que o índio do nosso relato não consegue entender o que é
herança?
• Por que, para os tupinambás e para os franceses, a idéia de possuir
alguma coisa é tão diferente?
• O costume de acumular bens é o mesmo em todos os povos?
• Qual a relação que os nossos índios e os colonizadores
tiveram com a natureza?

Paz, Força e Alegria!

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